Taxa de Desemprego Sobe em 12 Estados no 1º Trimestre de 2025 Apesar de Queda Nacional: Desigualdade Regional Continua Impactando o Mercado de Trabalho
Floripa Há VAgas - julho 31, 2025📊 Norte e Nordeste concentram os piores índices de desocupação, revelando disparidades profundas na distribuição do emprego formal no Brasil
Embora o Brasil tenha alcançado a menor taxa de desemprego para um primeiro trimestre desde 2014, com 7,0% segundo a PNAD Contínua do IBGE, os dados desagregados por estado revelam um alerta importante: em 12 unidades da federação, o desemprego aumentou em comparação com o quarto trimestre de 2024. Esse contraste entre a média nacional positiva e os indicadores regionais negativos evidencia uma realidade de forte desigualdade no mercado de trabalho brasileiro.
Os estados do Sul e Sudeste continuam a apresentar baixos índices de desocupação, impulsionados por economias mais diversificadas e estruturadas. Por outro lado, diversas unidades federativas das regiões Norte e Nordeste enfrentam índices alarmantes de desemprego, ultrapassando 10%, fruto de carências históricas em infraestrutura, industrialização e qualificação da mão de obra.
📈 Média Nacional em Queda, Mas Cenário Regional Desigual
Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2025:
12 estados registraram alta no desemprego em comparação com o último trimestre de 2024;
14 estados mantiveram estabilidade nos seus índices;
Apenas o Acre apresentou redução significativa na taxa de desocupação.
Esses dados indicam que, embora a economia brasileira esteja crescendo e gerando empregos, os frutos dessa recuperação não chegam com a mesma força a todas as regiões do país. O desequilíbrio geográfico na geração de empregos formais continua sendo um dos principais desafios para o desenvolvimento sustentável do mercado de trabalho no Brasil.
🔝 Estados com Maiores Taxas de Desemprego em 2025
A seguir, os estados com os maiores índices de desocupação no primeiro trimestre de 2025:
Pernambuco – 11,6%
Bahia – 10,9%
Piauí – 10,2%
Amapá – 10,0%
Alagoas – 9,8%
Rio de Janeiro – 9,1%
Sergipe – 8,9%
Maranhão – 8,7%
Amazonas – 8,4%
Ceará – 8,3%
Paraíba – 8,2%
Rio Grande do Norte – 8,1%
A maioria desses estados está localizada nas regiões Norte e Nordeste, historicamente afetadas por baixos investimentos, baixa densidade industrial, deficiência de infraestrutura e menor qualificação da população economicamente ativa. Isso limita a capacidade desses estados de atrair empresas, gerar empregos formais e reduzir o desemprego.
🔽 Estados com Menores Taxas de Desemprego: Exemplo de Diversificação Econômica
Em contrapartida, os estados com melhor desempenho na taxa de ocupação incluem:
Santa Catarina – 3,7%
Mato Grosso – 4,2%
Mato Grosso do Sul – 4,6%
Paraná – 4,9%
Rio Grande do Sul – 5,1%
São Paulo – 5,5%
Minas Gerais – 5,7%
Estes estados se destacam por economias estruturadas, com agronegócio avançado, polos industriais e tecnológicos, redes de ensino técnico e infraestrutura urbana consolidada. Além disso, programas regionais de qualificação e integração público-privada têm sido fundamentais para elevar a empregabilidade.
📉 Por Que a Desocupação Ainda É Alta em Muitas Regiões?
Diversos fatores contribuem para os altos índices de desemprego em determinadas localidades, mesmo em um contexto nacional de recuperação:
Nível educacional insuficiente, o que dificulta a inserção no mercado formal;
Predominância de empregos informais e sazonais, especialmente no setor rural e no turismo;
Ausência de indústrias e centros tecnológicos, que poderiam absorver trabalhadores qualificados;
Baixa conectividade e logística precária, que desestimulam novos negócios e afastam investimentos;
Impactos climáticos e ambientais ocorridos no início do ano, que afetaram diretamente a geração de empregos em setores-chave.
👥 Impacto Disproporcional em Grupos Sociais Vulneráveis
Mesmo nos estados com taxa de desemprego mais baixa, certos grupos continuam enfrentando barreiras mais severas para acessar o mercado de trabalho:
Mulheres: enfrentam taxa de desemprego 2,5 pontos percentuais superior à dos homens;
Jovens entre 18 e 24 anos: apresentam índices de desocupação acima de 16% em quase todas as regiões;
Pessoas negras e pardas: têm até 50% mais chances de estarem desempregadas em relação a pessoas brancas, especialmente no Nordeste.
Essas disparidades apontam para a necessidade de ações específicas de inclusão produtiva, combate à discriminação e estímulo à diversidade, especialmente em regiões historicamente excluídas.
🧠 Educação Técnica e Conectividade: Chaves para Reduzir Desigualdades
De acordo com especialistas em mercado de trabalho, a geração de vagas precisa ser acompanhada por políticas de capacitação profissional e expansão da infraestrutura digital e urbana. A falta de qualificação e de acesso dificulta o aproveitamento das oportunidades disponíveis.
O economista regional Luís Barbosa, da Fundação Economia e Sociedade, resume:
“Não basta abrir vagas se a população local não estiver preparada. Investir em educação técnica, acesso à internet e mobilidade é fundamental para incluir o trabalhador do interior na economia atual.”
Programas como Pronatec, Senai e iniciativas estaduais de ensino técnico já demonstraram eficiência, mas ainda precisam alcançar as áreas mais periféricas e interiorizadas do Brasil.
🏛️ Exemplos de Iniciativas Regionais de Combate ao Desemprego
Alguns estados têm lançado programas próprios para combater o desemprego e estimular a inclusão produtiva:
Pernambuco: programa “Emprego Agora”, focado na inserção de jovens;
Bahia: expansão do “Primeiro Emprego” com apoio financeiro e treinamento;
Ceará: criação de hubs tecnológicos em Fortaleza e no interior;
Amazonas: revitalização da Zona Franca de Manaus como polo gerador de empregos industriais;
Alagoas e Piauí: plataformas digitais de intermediação entre trabalhadores e empresas locais.
Apesar do esforço, especialistas destacam que esses programas ainda enfrentam barreiras de financiamento, estrutura e integração com ações federais.
🔮 Projeções para o Segundo Trimestre de 2025
As estimativas indicam que a taxa nacional de desemprego pode continuar caindo, situando-se entre 6,6% e 6,8% até junho. Entretanto, os estados economicamente mais frágeis devem seguir com taxas de desocupação elevadas, caso não haja ampliação de investimentos estruturantes e políticas efetivas de regionalização da economia.
O governo federal sinaliza com a ampliação de programas de qualificação com transferência de renda, além de novas iniciativas de microcrédito e estímulo ao empreendedorismo local.
✅ Conclusão: Geração de Empregos Cresce, Mas a Equidade Regional Ainda É um Obstáculo
O primeiro trimestre de 2025 mostrou avanços significativos no mercado de trabalho nacional, mas também destacou um problema estrutural: a desigualdade regional na geração de empregos formais no Brasil.
Com 12 estados registrando aumento na desocupação mesmo diante de uma taxa nacional em queda, fica evidente que a recuperação econômica não está chegando a todos de forma igual. O desafio agora é garantir que políticas de empregabilidade cheguem às regiões com maiores dificuldades e que programas de qualificação sejam expandidos para o interior e áreas menos desenvolvidas.
Somente com investimentos estruturais, mobilidade urbana, educação técnica e conectividade digital, será possível reduzir o desemprego de forma uniforme e promover um mercado de trabalho mais inclusivo, resiliente e sustentável em todas as regiões do Brasil.