Ipea destaca avanço da renda e redução da desigualdade em 2025: autônomos e informais impulsionam transformação no mercado de trabalho
Floripa Há Vagas - Invalid Date📊 Um novo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado em junho de 2025, revela uma transformação significativa no mercado de trabalho brasileiro. Baseado nos dados da PNAD Contínua do IBGE, o relatório destaca o crescimento do rendimento médio real habitual, o aumento da massa salarial e a redução do índice de Gini, indicador crucial da desigualdade de renda no Brasil. Este cenário, impulsionado especialmente por trabalhadores informais e autônomos, sinaliza uma mudança de paradigma na economia do país.
📈 Rendimento médio real atinge novo patamar e melhora poder de compra
Segundo o Ipea, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores brasileiros alcançou R$ 3.528 em fevereiro de 2025, o maior valor da série histórica iniciada em 2012. Apesar de uma leve queda para R$ 3.408 em abril, o valor permaneceu superior ao do mesmo período de 2024. A variação sazonal observada nos primeiros meses do ano não comprometeu o ganho real de poder de compra, uma vez que os salários cresceram acima da inflação acumulada do período.
🚀 Trabalhadores informais e autônomos lideram alta salarial
O destaque da pesquisa foi o avanço expressivo da renda entre os trabalhadores por conta própria e informais. Pela primeira vez desde 2013, os autônomos superaram os empregados formais no crescimento proporcional da renda:
Autônomos: aumento de 6,2%;
Informais: crescimento de 5,1%;
Formais com carteira assinada: expansão de 3,5%.
Esse cenário é resultado da formalização via MEI, da crescente utilização de plataformas digitais para prestação de serviços e da elevação da demanda por serviços pessoais. Além disso, a estabilidade macroeconômica proporcionou maior previsibilidade financeira aos trabalhadores.
💰 Massa salarial histórica impulsiona economia
A massa de rendimentos habitual dos brasileiros chegou a R$ 348 bilhões em abril de 2025, marcando um dos maiores volumes da série histórica. Esse montante é fruto do crescimento da população ocupada, que ultrapassou os 100 milhões de pessoas, aliado à elevação dos salários médios e à ampliação das formas de ocupação. A robustez da massa salarial fortalece o consumo das famílias, estimula a arrecadação de tributos e garante maior dinamismo à economia nacional.
📉 Queda no índice de Gini: desigualdade recua com força
Outro dado positivo revelado pelo relatório é a redução da desigualdade de renda. O índice de Gini da renda domiciliar caiu de 0,518 para 0,501 entre o primeiro trimestre de 2024 e o de 2025. No recorte individual, o índice passou de 0,492 para 0,485, representando uma das quedas mais relevantes dos últimos anos. Esse avanço foi impulsionado pelo aumento da renda entre os 50% mais pobres, especialmente informais e beneficiários de programas de transferência de renda.
📊 Avanços por gênero e raça mostram progresso, mas desigualdade persiste
A análise por gênero e raça revela avanços tímidos, mas significativos:
Mulheres ainda ganham 80,3% do que ganham os homens;
Trabalhadores pretos e pardos reduziram a defasagem salarial em 1,4 ponto percentual.
Esses dados indicam progresso na equidade de renda, embora persistam desafios estruturais que exigem políticas de qualificação, combate à discriminação e promoção de oportunidades iguais.
📌 Setores em destaque com maiores ganhos salariais
O levantamento do Ipea aponta os segmentos econômicos com maior valorização de salários:
Tecnologia da Informação: +8,2%;
Serviços especializados (consultoria, design, marketing): +7,5%;
Logística e transportes: +6,4%;
Educação privada: +5,1%;
Cuidados pessoais e saúde domiciliar: +4,9%.
Esses setores refletem maior demanda por qualificação, resiliência em contextos de crise e digitalização crescente, consolidando-se como protagonistas da nova dinâmica econômica brasileira.
🛍️ Renda em alta estimula consumo e crédito com responsabilidade
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o aumento da renda, especialmente entre os informais, tem impulsionado o varejo. As vendas cresceram 5,6% entre janeiro e maio de 2025, com destaque para itens de uso pessoal, alimentação fora de casa e tecnologia. Além disso, o crédito pessoal cresceu com baixa inadimplência, revelando maior estabilidade financeira dos consumidores.
📣 Especialistas defendem continuidade de políticas públicas inclusivas
Juliana Rocha, economista do Ipea e coordenadora do estudo, destaca a importância de consolidar os avanços:
“A recuperação da renda e a redução da desigualdade entre os trabalhadores informais mostram uma base econômica mais sólida. É essencial fortalecer políticas públicas que incentivem a formalização, qualificação profissional e melhores condições de trabalho.”
✅ Conclusão: nova fase da economia brasileira alia crescimento e inclusão
O estudo do Ipea aponta um cenário promissor para o Brasil em 2025, com elevação dos rendimentos reais, recuo da desigualdade social e fortalecimento dos trabalhadores informais e autônomos. A recuperação econômica pós-pandemia caminha para um modelo mais inclusivo e sustentável.
Contudo, ainda há barreiras importantes, como desigualdades de gênero, raça e localização geográfica. Para garantir uma retomada equitativa, será fundamental ampliar investimentos em capacitação técnica, conectividade digital e políticas públicas que alcancem efetivamente os grupos mais vulneráveis da população.