Reação da Indústria Têxtil em Brusque e Gaspar
Floripa há vagas - Invalid Date
🚀 Retomada Acelerada: O Vale do Itajaí Se Reergue Pelo Setor Têxtil
Depois de atravessar um início de ano repleto de dificuldades econômicas, a indústria têxtil de Brusque e Gaspar demonstra fôlego renovado. As cidades, reconhecidas como centros históricos da produção têxtil em Santa Catarina, voltam a figurar entre os destaques da economia regional, puxando uma nova fase de crescimento sustentado pela reativação das exportações, geração de empregos e ampliação das ações de qualificação profissional.
As instabilidades dos primeiros meses de 2025, como a desaceleração do mercado global, a queda nas encomendas e o aumento do custo operacional, exigiram ações rápidas por parte do setor produtivo. Entretanto, com a aproximação do segundo semestre, a retomada ganhou corpo, impulsionando novas contratações, reativação de linhas fabris e investimentos em mão de obra técnica.
🌪️ Primeiro Trimestre de Adversidades: Reação Frente à Crise
Durante os três primeiros meses de 2025, o ambiente era de cautela. As fábricas da região operavam abaixo da capacidade, e muitas empresas enfrentaram incertezas devido à instabilidade econômica internacional, especialmente nos países europeus. A queda no volume de pedidos, combinada com o aumento dos custos logísticos e a restrição de crédito interno, fez com que grande parte da indústria tivesse que adotar medidas emergenciais para manter suas atividades mínimas em funcionamento.
As principais ações adotadas foram:
Diminuição dos turnos de trabalho, com fábricas funcionando apenas em horários reduzidos;
Concessão de férias coletivas, como forma de aliviar a folha salarial sem desligar funcionários;
Suspensões temporárias de contratos, utilizando dispositivos legais para manter parte dos empregos;
Demissões pontuais e congelamento de novas admissões.
Adriana Pauli, gerente de Recursos Humanos de uma confecção em Brusque, relatou:
“Trabalhávamos quase no escuro. Sem previsões de novas vendas e com contratos suspensos, tivemos que tomar decisões difíceis para manter a empresa funcionando.”
🌍 Reação Externa: A Demanda Internacional Reaquece
A reviravolta começou a se concretizar a partir de maio. O que antes parecia um cenário de estagnação ganhou contornos de recuperação com a retomada das compras por parte de países sul-americanos como Chile, Paraguai, Bolívia e Argentina. A estabilização do câmbio nesses mercados e a reestruturação do comércio varejista local criaram um ambiente mais favorável para o consumo de bens industriais — em especial, os produtos têxteis produzidos no Vale do Itajaí.
Simultaneamente, a recuperação parcial da economia europeia levou à revalidação de contratos que haviam sido suspensos anteriormente, fortalecendo o fluxo de exportações.
💹 Indicadores da Reação:
Brusque reativou mais de 1.500 postos de trabalho, voltados principalmente às linhas produtivas e logísticas;
Gaspar contabilizou mais de 800 contratações diretas, sem contar as vagas temporárias em setores auxiliares como acabamento e transporte.
Esse novo ciclo se alinhou ao tradicional aumento da demanda do segundo semestre, período marcado pela produção das coleções de verão, pela preparação do varejo para datas comemorativas e pela movimentação mais intensa do setor têxtil em geral.
🏭 Produção em Alta: Segmentos Dinâmicos e Perfis Profissionais em Evidência
Com a intensificação das encomendas e a retomada dos contratos, várias empresas voltaram a operar com carga máxima, inclusive com reativação do terceiro turno de produção em muitas plantas fabris.
Os setores que mais concentraram atividades e absorção de trabalhadores foram:
Fiação e tecelagem: as linhas de produção voltaram a operar com ritmo integral;
Confecção de roupas: a montagem e costura de peças alcançou níveis pré-crise;
Estamparia e lavanderia industrial: houve ampliação das operações para atender ao aumento na demanda por produtos finalizados;
Distribuição e logística: a expansão do fluxo de mercadorias exigiu reforço nas equipes operacionais.
👷 Principais cargos com alta demanda:
Costureiras industriais e auxiliares de produção;
Operadores de máquinas de costura, com foco em equipamentos como reta e overlock;
Trabalhadores de acabamento e revisão de peças;
Profissionais de armazenagem e logística;
Técnicos têxteis com conhecimento prático de chão de fábrica;
Supervisores de produção com experiência em gestão de equipes no setor têxtil.
Ana Paula Pavan, responsável pelo RH de uma empresa em Gaspar, comentou:
“Estamos enfrentando dificuldades para preencher vagas, pois muitos profissionais mudaram de área durante a crise. Agora, precisamos capacitar novatos com rapidez.”
🎓 Formação e Qualificação: Ações Rápidas em Prol da Empregabilidade
Com a carência de mão de obra qualificada evidenciada pela retomada, os municípios atuaram de forma proativa. A prefeitura de Brusque, em parceria com o SENAI, lançou uma série de cursos de curta duração com foco na formação prática de novos profissionais para o setor têxtil.
📘 Cursos gratuitos disponibilizados:
Costura industrial básica e avançada;
Modelagem e corte de tecidos;
Operação de máquinas industriais para confecção.
Em Gaspar, a administração municipal deu início a um projeto de requalificação voltado especialmente a mulheres desempregadas, priorizando mães solo e chefes de família. A receptividade foi imediata: as turmas formadas excederam as expectativas já na primeira semana de inscrições.
O prefeito Kleber Wan-Dall enfatizou a importância da medida:
“A retomada da indústria precisa vir acompanhada de qualificação. Esse é o papel do poder público — preparar nossa população para aproveitar as novas oportunidades.
📊 Expectativas para o Segundo Semestre: Números que Inspiram Otimismo
As projeções da indústria têxtil da região são otimistas. De acordo com levantamento do SINTIBRUS, espera-se um crescimento de 3,8% na produção até dezembro, representando uma recuperação significativa frente ao desempenho negativo observado no início do ano.
Empresas já se mobilizam para sustentar esse crescimento com ações como:
Importação de tecnologia de ponta e máquinas mais eficientes;
Ampliação de galpões industriais e centros logísticos;
Lançamento de novas linhas de produtos com foco em mercados externos e internos.
Nilson Bridi, representante da ACIBr, reforçou a visão de futuro:
“O cenário se estabilizou. O que vemos agora é o reflexo da capacidade do setor em se adaptar rapidamente e inovar para continuar competitivo.”
🛒 Efeitos Multiplicadores: Comércio e Serviços em Expansão
Os reflexos da recuperação vão além da produção têxtil. A volta dos empregos e o aumento da renda familiar impulsionam o comércio local e os serviços urbanos. Estabelecimentos como mercados, restaurantes, lojas e prestadores de serviço já relatam aumento no movimento e nas vendas.
Aline Souza, costureira em Gaspar, expressa o alívio de muitos trabalhadores:
“Passei três meses sem renda. Agora, voltei a trabalhar com carteira assinada e ainda estou fazendo hora extra. Isso me devolveu segurança.”
✅ Considerações Finais: Lições de Superação e Força Industrial
O caso da indústria têxtil em Brusque e Gaspar mostra como um setor tradicional pode se reinventar diante de crises severas. Com estratégias coordenadas entre o setor produtivo, o poder público e as entidades de classe, foi possível não apenas superar a retração, mas iniciar um novo ciclo de crescimento — mais preparado, mais tecnológico e mais resiliente.
O exemplo dessas cidades reforça a importância de preservar a base industrial como motor econômico regional. A recuperação em curso não se mede apenas por gráficos e índices, mas pelo impacto direto na vida de milhares de famílias que voltaram a ter estabilidade e esperança no futuro.