Brasil ultrapassa 1 milhão de empregos formais nos primeiros cinco meses de 2025
Floripa Há Vagas - Invalid Date
Crescimento robusto concentra-se na geração de vagas em comércio, serviços e indústria, com destaque para a juventude e a força feminina
O mercado de trabalho brasileiro apresentou um desempenho vigoroso nos cinco primeiros meses de 2025, com a criação de 1.051.244 novos postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados consolidados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O número representa um marco significativo: o país ultrapassou a marca de 48,2 milhões de vínculos empregatícios ativos, o maior estoque de empregos formais da história do Brasil desde o início da série estatística.
Esse resultado reforça uma tendência observada desde o segundo semestre de 2024, com crescimento sustentado em praticamente todas as regiões do país. O avanço reflete uma combinação de fatores: a recuperação econômica pós-pandemia, a aceleração de setores como comércio e serviços, o aumento da confiança dos empresários e políticas públicas que têm fomentado a formalização do emprego.
Serviços e comércio lideram geração de empregos
O setor de serviços, historicamente o maior empregador do Brasil, foi o principal responsável pelo saldo positivo no acumulado de janeiro a maio, com quase 600 mil novos postos formais. Subsetores como educação privada, saúde, tecnologia da informação, transporte e alimentação fora do lar puxaram o crescimento, impulsionados por uma maior demanda da população e pelo reaquecimento do consumo.
O comércio também teve desempenho expressivo, especialmente o varejo, com mais de 220 mil vagas criadas no período. Lojas de vestuário, supermercados, eletrodomésticos e farmácias lideraram a contratação, especialmente nas capitais e regiões metropolitanas, como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife.
A indústria de transformação gerou cerca de 160 mil empregos, com destaques para os polos automotivo, metalúrgico, têxtil e de alimentos. A retomada da produção para atender à demanda interna e à exportação contribuiu para esse resultado, além da expansão da chamada indústria 4.0, que tem demandado mão de obra qualificada em diversas regiões.
Já a construção civil acumulou aproximadamente 48 mil novas vagas, mostrando fôlego diante de novos empreendimentos habitacionais, comerciais e obras de infraestrutura pública. A agropecuária, ainda que em menor escala, também teve desempenho positivo, com cerca de 25 mil contratações formais no período.
Crescimento em todas as regiões do Brasil
O saldo positivo de mais de 1 milhão de vagas não se restringiu a uma ou duas regiões. O crescimento foi observado em todos os estados brasileiros, com destaques para:
São Paulo, com mais de 250 mil novos empregos formais, puxado pelos setores de serviços e indústria;
Minas Gerais, com cerca de 115 mil contratações líquidas, especialmente em comércio e agropecuária;
Rio de Janeiro, com cerca de 80 mil vagas, graças à retomada do turismo e eventos;
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que juntos somaram mais de 180 mil empregos, com força na indústria e serviços especializados.
As regiões Norte e Nordeste também apresentaram resultados relevantes, com crescimento no setor de energia renovável, turismo regional e educação, além de investimentos federais em infraestrutura e programas de incentivo à contratação formal.
Juventude e mulheres impulsionam nova força de trabalho
Outro dado relevante é a participação da juventude e das mulheres nesse novo ciclo de contratação formal. De acordo com os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo CAGED), aproximadamente 33% das novas vagas foram ocupadas por jovens entre 18 e 24 anos, muitos deles em seu primeiro emprego.
Esse crescimento é reflexo direto de programas de aprendizagem profissional, estágios técnicos e incentivos fiscais oferecidos às empresas que contratam jovens em início de carreira. A combinação entre qualificação técnica e demanda por mão de obra jovem e adaptável ao ambiente digital tem feito a diferença.
Além disso, as mulheres representaram mais de 46% das contratações formais no período. Muitas delas voltaram ao mercado de trabalho após períodos de afastamento por maternidade ou pandemia, e foram absorvidas principalmente nos setores de serviços (educação, saúde, atendimento), comércio e também na indústria leve.
Formalização e direitos trabalhistas em alta
A marca de mais de 48 milhões de vínculos empregatícios ativos indica não apenas crescimento, mas também um avanço na formalização do mercado de trabalho. Em um país historicamente marcado pelo alto índice de informalidade, os resultados de 2025 mostram um novo ciclo: trabalhadores com carteira assinada têm acesso a direitos garantidos, como 13º salário, férias remuneradas, FGTS e aposentadoria.
O governo federal, por meio do Ministério do Trabalho e Emprego, tem reforçado as campanhas de formalização e intensificado as ações fiscais contra fraudes e subempregos, ao mesmo tempo que amplia programas de capacitação e intermediação de mão de obra.
Fatores que impulsionaram a geração de empregos em 2025
Diversos elementos explicam o desempenho favorável:
Crescimento do PIB acima das expectativas, com projeções em torno de 2,8% para 2025;
Inflação controlada e retomada do consumo interno, especialmente nas classes C e D;
Redução da taxa básica de juros (Selic), facilitando crédito e investimento;
Digitalização de pequenos negócios, que passaram a contratar formalmente;
Incentivos fiscais para empresas que expandem a força de trabalho formal;
Expansão do turismo interno e regional após pandemia;
Programas nacionais de requalificação profissional, como o Qualifica+ Brasil e Trilhas da Retomada.
Desafios ainda persistem
Apesar do resultado positivo, o mercado de trabalho brasileiro ainda enfrenta desafios importantes. A informalidade, embora em queda, ainda atinge cerca de 39% da força de trabalho, especialmente em setores como agricultura familiar, construção civil e serviços domésticos.
Além disso, a rotatividade nas contratações permanece alta, com muitas admissões compensadas por desligamentos, e a qualidade dos salários médios ainda preocupa. Embora o número absoluto de empregos aumente, o desafio agora é garantir empregos de qualidade, com boa remuneração e segurança no trabalho.
Perspectivas para o segundo semestre de 2025
A expectativa de economistas e analistas do trabalho é que o ritmo de geração de empregos se mantenha estável ou cresça levemente no segundo semestre. A chegada de datas comerciais como Dia dos Pais, Black Friday e Natal costuma impulsionar novas contratações temporárias — e muitas delas são convertidas em efetivas.
Além disso, novos investimentos estrangeiros, especialmente em energia verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura, devem abrir novas frentes de trabalho em diferentes regiões do país.
O governo federal promete manter os programas de incentivo à formalização e anunciou que pretende investir mais de R$ 1,2 bilhão em capacitação profissional, digitalização de pequenas empresas e programas de primeiro emprego.
O Brasil encerrou os primeiros cinco meses de 2025 com o melhor desempenho de geração de empregos formais dos últimos anos, superando a marca de 1 milhão de novas vagas e alcançando o maior número de vínculos formais da história.
Essa conquista sinaliza não apenas a recuperação da economia brasileira, mas também o início de um novo ciclo de desenvolvimento com foco na inclusão produtiva, formalização, qualificação profissional e valorização do trabalho digno. Ainda há muito a avançar, mas o país parece, enfim, caminhar na direção certa no que diz respeito à geração de emprego e renda.